A política em Ijuí na República Velha



A colônia de Ijui foi fundada em 19/10/1890 e teve sua emancipação através do decreto de nº 1814 de 31 de janeiro de 1912 assinado pelo então presidente do Estado Carlos Barbosa Gonçalves, tendo como 1º intendente provisório Augusto Pestana.
Durante a República Velha imperava em todo o Brasil o coronelismo, não sendo diferente a administração de Ijui naquela época, que fazia parte da região serrana do Rio Grande comandada pelo Coronel Firmino de Paula.
Augusto Pestana o primeiro intendente de Ijui não permaneceu no cargo por muito tempo devido sua nomeação ao cargo de chefe do 3º Distrito Telegráfico do Estado, em seu lugar assumiu Antonio Soares de Barros (Coronel Dico) no dia 11 de junho de 1912, que já se intitulava “coronel”, talvez por ser um dos primeiros comerciantes da colônia de Ijui Grande, pelas boas relações que tinha com os chefes de Comissão de Terras e por financiar as lavouras e descontar vales em seu estabelecimento que os colonos recebiam do Estado.

O espírito político do coronelismo pregava a “Lealdade, Obediência e Submissão” e assim era mantido o poder. As eleições eram no sistema de voto “aberto”, sendo vigiado de perto pelos partidários do coronel sob o nome de “voto de cabresto”. A fraude, a corrupção, e o favorecimento permeavam todo o processo eleitoral de modo a deturpar a representação política. No âmbito municipal os coronéis locais dependiam do governador para obtenção de auxílio financeiro para obras públicas e benfeitorias gerais, daí a necessidade de apoiar e obter votos para os candidatos de determinada facção das oligarquias estaduais.

No ano de 1925 devido ao convenio de Pedras Altas que proibia a reeleição, Antonio Soares de Barros não pode concorrer ao cargo de intendente, mas apontou o Coronel Alfredo Steglich e este por motivos de dívidas na sua empresa particular e déficit da prefeitura abandonou o cargo em janeiro de 1928, para o substituir houve uma eleição suplementar, que acabou elegendo Ulrich Kulmann. Porém, em 1929 Antonio Soares de Barros se elegia mais uma vez prefeito de Ijui tomando posse em 12 de fevereiro de 1930.
A Revolução de 1930 confirmava Antonio Soares de Barros com o titulo de interventor municipal. Em 1934 se candidatou novamente a prefeito com a volta da redemocratização mas desta vez com uma oposição mais forte que recebeu um bom nº de votos em forma de protesto dos colonos devido ao baixo preço da banha pagos pelo Sindicato da Banha, mais tarde depois de resolvido o problema do preço da banha alguns fizeram manifestações de apoio ao Coronel Antonio Soares de Barros como um pedido de desculpas.




Correio Serrano
06 de maio de 1933
Capa

Correio Serrano
29 de abril de 1933
Página 02

Correio Serrano
04 de maio de 1933
Capa

Arquivo Ijuí - MADP
Ata das Eleições em Ijuí
1925

Arquivo Ijuí - MADP
Ata das Eleições em Ijuí
1925
<p>CJ 6.3 0002</p><br />
CJ 6.3 0002
Comício - Coronel Dico

Coronel Dico, autoridades e
Trabalhadores em frente
ao Barracão situado na atual
Rua 15 de novembro

AI 6.1 0047
Augusto Pestana

CB 6.1 0023
Coronel Dico

CJ 6.3 0002
Comício - Coronel Dico

Arquivo Ijuí - MADP
Título Eleitoral de
Bernardo Gressler - 1928

Arquivo Ijuí - MADP
Título Eleitoral de
Bernardo Gressler - 1933


Fonte: Memória das Urnas - MADP