Google: UE exige mudança em regra de confidencialidade


Órgão diz que normas adotadas pela empresa em 1º de março violam leis

Busca do Google
Busca do Google (Jeff J Mitchell/Getty Images)
As autoridades de proteção de dados dos 27 países da União Europeia (UE) exigiram nesta terça-feira, em Paris, que o Google modifique no prazo de quatro meses as regras de confidencialidade vigentes desde 1º de março. Em uma carta conjunta, os representantes europeus pediram ao gigante da internet que apresente de forma mais clara informações sobre quais dados de usuários são colhidos pela empresa sob pena de sofrer sanções. A UE alega que as novas regras não obedecem a legislação europeia de proteção de dados pessoais. As autoridades destacam que o Google deve "tomar medidas efetivas e públicas" para cumprir rapidamente com a legislação.
A direção do Google reagiu ao anúncio europeu, alegando que as novas regras de confidencialidade respeitam a legislação europeia. "Nossa política de confidencialidade demonstra nosso compromisso contínuo para proteger as informações de nossos usuários e criar produtos de qualidade", afirma o diretor mundial de privacidade da empresa, Peter Fleischer.
As regras vigentes desde março unificaram quase 60 normas de utilização de serviços do Google, reagrupando as informações procedentes de vários sites, como Gmail e Google+. Em maio, a Comissão Nacional de Informática e das Liberdades francesa (CNIL), representando as 26 agências europeias similares, afirmou que as regras "não respeitam as exigências da diretriz europeia sobre a proteção de dados em termos de informação das pessoas envolvidas".
A exigência feita nesta terça-feira é fruto de uma segunda análise feita pela instituição europeia, realizada com base em explicações oferecidas pelo Google. "O Google não demonstrou que se comprometia com os princípios da Diretriz Informática e de Liberdade", afirmou a presidente da CNIL, Isabelle Falque-Pierrotin. "A cooperação do Google neste episódio foi medíocre. A empresa respondeu nossas perguntas, mas de maneira relativamente vaga e imprecisa."
O Google não determina quantos usuários têm nos 27 países membros da UE, mas, segundo Jakob Kohstamm, presidente da Autoridade holandesa de Informática e Liberdade, estas medidas poderão afetar a vida de centenas de milhões de clientes da ferramenta de busca.
Fonte: Veja online