Sociologia contemporânea


Ao contrário da tendência generalizada entre os sociólogos europeus, voltada para a elaboração de grandes sistemas teóricos para explicar o conjunto dos fenômenos sociais ou pelo menos os fenômenos correspondentes a extensos setores da vida social, a obra dos sociólogos americanos foi desde o começo orientada para a prática, dotada de grande concretude nos temas tratados e capaz de efetuar uma análise minuciosa e exaustiva, baseada no estudo direto, de fatos e temas específicos. A sociologia empírica, que fez grandes progressos nos Estados Unidos nas décadas de 1930 e 1940, alcançou o apogeu na Europa ocidental depois da segunda guerra mundial.
Com referência ao empirismo dominante em todo o mundo nos estudos sociológicos, difundiram-se frases pretensamente engraçadas, como a que diz que "um sociólogo é um cientista que gasta cada vez mais dinheiro para estudar segmentos cada vez mais irrelevantes na realidade social". Brincadeiras à parte, na segunda metade do século XX o trabalho dos sociólogos foi dominado, sem dúvida, pelas tendências empíricas. Apesar disso, outras antigas escolas sociológicas continuavam ativas nas últimas décadas do século.
A nota mais destacada do progresso sociológico talvez tenha sido a fragmentação da sociologia em numerosas ciências especializadas: é comum falar de sociologia do trabalho, da marginalização, da vida cotidiana, da religião, sociologia eleitoral, sociologia das organizações e outras. Mais ainda, a tendência que a sociologia empírica mostra para a realização de pesquisas, das quais se extraem dados em grande número, obrigou os sociólogos a utilizar com freqüência as estatísticas em seus trabalhos. A popularização do uso do computador encontrou na análise de dados sociológicos uma de suas aplicacões mais prósperas e consistentes.