AIDS: principal luta é contra o preconceito



Dia 1º de dezembro é uma data símbolo de conscientização. Eleita no calendário como o Dia Mundial da Luta contra a AIDS, a ocasião estimula a discussão acerca do tema e da quebra de tabus. Escolas e empresas se abrem para debates mais intensos sobre a doença, os sintomas, a prevenção e a convivência com os soropositivos.
O HIV é causado por um vírus que ataca o sistema imunológico e sua cura ainda não foi descoberta. O preconceito e o estigma associados à doença ainda são as maiores dificuldades enfrentadas pelos portadores do vírus para conseguirem manter a vida normalmente. Segundo dados do Ministério da Saúde, independente da faixa etária, as mulheres usam menos preservativos que os homens. Enquanto 57% dos homens assumem que não utilizam preservativos em todas as relações sexuais, esse número dispara para 75% entre as mulheres. Essa pesquisa indica, ainda, que as mulheres mais velhas são as mais afetadas pela doença. Em 2007, a taxa de incidência da AIDS em senhoras acima de 50 anos praticamente dobrou em 10 anos, passando de 5,2 para 9,9 casos por 100 mil habitantes.
De acordo com o último Censo, em 2009, o Brasil tinha cerca de 630 mil pessoas portadoras de AIDS. A região Sudeste é a que tem o maior percentual, com 59% do total de casos, seguida pela região Sul, que concentra 19% dos casos. O Nordeste possui 12% dos soropositivos, o Centro-Oeste 6% e a região Norte, 4%.
O HIV não é transmitido pelo abraço, beijo ou convívio social. O contágio se dá, principalmente, por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e, para crianças, por meio da gestação ou amamentação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve uma redução de 20% nos novos casos de contaminação, se comparada com a situação de 10 anos atrás. A principal razão para essa diminuição é o uso de preservativos em todas as relações sexuais.
Em Ijuí, o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) presta atendimento aos portadores do vírus HIV, hepatites virais e DSTs, com consulta com infectologista, consulta de enfermagem, fornecimento de medicamentos. Bem como testes para HIV e Sífilis com aconselhamento, coleta de CD4, Carga Viral e teste do pezinho.
De acordo com Maria Celina Freitas, o SAE é um Ambulatório Municipal com abrangência regional. "Atendemos em torno de 30 municípios da macrorregião missioneira, então os números não são somente de Ijuí. Temos cadastrados no serviço 400 pessoas soropositivas, destas somente 149 usam o coquetel. Os demais fazem acompanhamento e controle", explica.
 
Caminhada marca a data em Ijuí, juntamente com o programa Viva a Vida Longe das Drogas
Uma caminhada no centro da cidade foi a atividade escolhida para marcar o dia de luta contra a Aids. A ação foi singela e contou com o apoio do programa “Viva a Vida Longe das Drogas”.  O principal objetivo foi de chamar a atenção para a questão do preconceito, que ainda permeia as relações com soros positivos.
A enfermeira Maria Celina Freitas destaca que no SAE a relação homem/mulher contaminado é de 1/1 na faixa etária de 20 a 49 anos, mas, na faixa etária dos 20 aos 29 anos, a relação é de duas mulheres para cada homem. "Isto se deve ao fato da mulher ter dificuldade de negociar com o parceiro o uso do preservativo, da cultura machista do homem e até por negligência da própria mulher", disse.
Os números seguem na contramão dos números nacionais, quando mais homens convivem com o vírus.
 
Número de casos no país é maior entre homens
O número de casos de Aids no Brasil é maior entre os homens. De 1980 até junho de 2010, foram registradas 385.815 infecções (65,1%) de pessoas do sexo masculino contra 207.080 (34,9%) entre as do sexo feminino. Entretanto, o Ministério da Saúde já fala em uma feminização da epidemia no país, já que a diferença entre homens e mulheres é cada vez menor.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta, a proporção de mulheres infectadas para cada homem com a doença passou de 6, em 1989, para 1,6, no ano passado.
A taxa de incidência entre as pessoas do sexo masculino chegou a 25 casos em cada 100 mil habitantes contra 15,5 entre as mulheres.
Em ambos os sexos, a incidência é maior na faixa etária dos 30 aos 49 anos. No caso dos homens, os casos aumentam a partir dos 40 anos e, no das mulheres, a partir dos 30 anos.
No ano passado, a taxa de incidência de aids em mulheres com 50 anos ou mais dobrou em relação a 1999, passando de 5,7 casos em cada 100 mil habitantes para 12,3 casos.
 
ONU homenageia Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na quarta-feira, 1º, um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo papel de seu governo no combate à aids. Para Lula, a doença está "estabilizada" no Brasil, embora afete cerca de 630 mil pessoas. A cerimônia faz parte da comemoração do dia internacional da luta contra a doença.
Ao receber o prêmio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) para a Liderança, Lula fez referência à África, o continente que apresenta o maior número de casos da doença e pediu uma "especial atenção".
"O combate à aids, à fome e à miséria são passos necessários e fundamentais para o surgimento de uma nova África, mais justa e igualitária", disse o presidente.
 
Uso do preservativo
O uso correto de preservativos garante proteção total contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
- Fique atento com a validade do produto. Isso garante maior segurança e proteção para o casal contra doenças e gravidez indesejada;
- O preservativo deve ser aberto somente na hora do uso. Deixá-lo aberto sem utilização resseca o látex, facilitando a ruptura;
- Não utilize tesouras ou qualquer objeto cortante para abrir a embalagem. Anéis, dentes e unhas longas também podem danificar o material;
- Não utilize vaselina, óleo ou nenhum lubrificante que não seja indicado para o ato sexual. Prefira os que sejam à base de água;
- Nunca utilize dois preservativos ao mesmo tempo. A fricção das duas camadas de látex pode causar rupturas, além de incômodo ao usuário, por pressionar demais o órgão genital;
- Após a utilização, o preservativo deve ser retirado, dar um nó na ponta para evitar que o líquido vase e descartado em seguida.

Fonte: Hora H Noticias