O espaço da cultura em Ijuí - Por José Augusto Fiorin


Não tenho como retroceder a crescente necessidade em trazer a tona este tema. Por pesquisar as identidades culturais sinto-me afrontado em refletir os espaços culturais erguidos na nossa Ijuí. Muitos são os discursos lindos e eloqüentes, mas ao visualizar a prática vemos que o mesmo torna-se evasivo.
Nossa terra que orgulha-se em ser pioneira do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul com o Clube Farroupilha em 1943 e com muito zelo o movimento étnico de meados da década de 1980. Diversas entidades buscam manter elementos do folclore e tradições. Maior exemplo foi no último final de semana a fase regional do Encontro Gaúcho de Arte e Tradição (ENART), reunindo milhares de pessoas em diversas categorias.
Várias instituições, vários grupos e entidades buscam manter e estimular projetos que norteiam e estimulam o desenvolvimento cultural do município. Porém, a grande questão é justamente o incentivo governamental que o poder constituído deposita a estes órgãos em nosso município.
Para algumas mentes que dizem ser “entendedoras da cultura”, fica a reflexão de que o aparato cultural vai muito além da gastronomia e da dança. O entendimento cultural vai além destes elementos que a priori, são os mais destacados em nosso município. Que outros atrativos possuímos? Que espaços de cultura e lazer nosso jovens desfrutam?
Porém, neste contexto urge a necessidade do incentivo do poder executivo a criação de um Centro Cultural, uma espécie de casa de cultura para o incentivo de atividades. Exemplos de municípios vizinhos nos dão a dimensão da importância de espaços como este. O que não podemos aceitar é exalarmos cultura somente no mês de setembro com os gaúchos e em outubro com a FENADI. Devemos possuir maior incentivo: moral, estrutural e financeiro para estas entidades que propagam e difundem a cultura.
Clamamos por Políticas Públicas culturais decentes e coerentes para aquela que é conhecida como “Terra das Culturas Diversificadas” e “Berço do Tradicionalismo”.