João Pedro é uma grande promessa
O menino ijuiense começou neste esporte aos quatro anos. A mãe Bernardete diz que no início João Pedro nem sabia direito o que estava acontecendo. O pai Giancarlo colocava-o no tanque da moto e ele achava muito divertido. “Fui contra essa história de moto por ser um esporte muito perigoso e ele ser muito pequeno. Não deixava, não queria, mas o Gian levava o João Pedro para andar escondido. Quando me dei conta, ele já tinha uma moto, sabia andar e estava completamente apaixonado pelo motocross. Então, não tive outra escolha senão apoiá-lo. Como mãe, não poderia ser diferente, quero que meu filho seja feliz”, conta. Bernardete confessa que pede proteção toda vez que o menino sai para andar de moto. Não consegue curtir um segundo sequer na pista, só quer que acabe logo a prova. Fica muita nervosa. “O João Pedro é meu orgulho, meu presentinho de Deus, a luz que ilumina todo o meu caminho. Vou apoiá-lo sempre em suas escolhas, sejam quais forem.”
O menino, que estuda no Colégio Sagrado Coração de Jesus, anda de bicicleta, skate, joga videogame, faz taekwondo, mas a sua paixão mesmo é o motocross. Passa contando os dias para chegar o fim de semana para andar de moto.Considerado um talismã ou mascote pelos pilotos mais experientes, João Pedro está integrado às competições. É apoiado dentro de casa pelos pais Giancarlo e Bernardete, pela avó Carmem Valentini, pelos dindos Fernando e Cristiane, Daniel e Letícia e por todos os pilotos e integrantes do Moto Clube Ijuí: Paulo Finkler, Paulo Ribas, Roberto Van Riel Weber (Tocha), Leandro Van Riel Weber (Speto), Paulo Huth, Alex Raugust, Rogério Cigana, Fernando Grochancke, Henrique Nicoletti Grochancke, Paulo Afonso Nicoletti, Gilson Dambrós e Gabriel Dambrós, entre outros.
O pai Giancarlo sempre gostou de acompanhar as corridas de motocross, os quilômetros de arrancadas de motos e carros, esportes de muita adrenalina. Aos 34 anos, por incentivo dos amigos, resolveu comprar uma moto. Quando João Pedro nasceu, pensava em adquirir uma moto para o menino, mas não sabia qual seria a sua reação. Com três anos, o garoto já andava de bicicleta, e com o pai, em cima do tanque de uma motocicleta. Sorria de alegria, contagiando a todos.
Primeiro, o menino ganhou uma moto com partida a corda, para ver se conseguiria andar. Era um pouco frágil, passava estragando, pois ele subia em cima e não descia mais. Começou a andar em campos de futebol e depois na área de estacionamento da pista da família Ribas. Na corrida de motocross do ano passado, em Ijuí, o menino experimentou andar em uma KTM 50cc, oficial de competição, cedida pelo piloto de Marau, Gabriel Andrigo, campeão brasileiro da categoria 50cc em 2011. Já na segunda volta no estacionamento da pista estava andando sozinho. O pai relata: “Então, começamos a procurar uma deste tipo para o João Pedro. Achei em dezembro do ano passado uma KTM 50cc, ano 2009, importada, e modelo de entrada para competições. Foi preciso também adquirir todos os equipamentos de proteção: colete, protetor de pescoço, botas, roupas, joelheira, cotoveleira, capacete e óculos. Depois de um tempo treinando com essa, achamos que ele poderia participar de uma corrida de verdade. Fomos participar da Copa Cidades de Motocross em maio deste ano, em Ajuricaba. Ele finalizou na quarta posição.”
Depois dessa etapa, a dosagem do acelerador foi liberada para o menino andar mais rápido. Na Copa Cidades de Ijuí, dia 2 de setembro, João Pedro terminou em terceiro lugar na sua categoria, pilotando com arrojo e segurança. Nos treinos para a etapa ijuiense, voltou a mostrar sua habilidade. Giancarlo Delanogari disse que o menino mostra muita tranquilidade dentro das pistas, mas tudo está sendo feito por etapas. Ele deve aproveitar bastante o seu tempo de criança e se quiser optar por seguir no motocross terá sempre todo o apoio dos familiares. “O importante é que ele brinque tranquilamente sem cobranças”, completou o pai coruja.
Fonte: JM
