Questões sobre o período passado e atual momento da Cotrijuí, plano de reestruturação, criticas, dentre outros assuntos, foram abordados pelo ex-presidente da Cotrijuí, Carlos Domingos Poletto, durante entrevista concedida hoje pela manhã, 17, na Rádio Progresso.
Em relação às criticas que tem recebido devido ao atual momento de crise da cooperativa, Poletto enfatizou que essas manifestações causaram e ainda causam muito incômodo, inclusive procura manter a serenidade com a família.
Carlos Poletto considerou os ataques como infundados. “Não sou homem de provocar”, disse o ex-presidente da Cotrijuí. Fez questão de ressaltar que partiu dele a iniciativa de solicitar uma reunião com a atual diretoria da cooperativa, inclusive sugeriu a participação dos conselhos de administração e fiscal que atuam na entidade, para explicar o plano de reestruturação que havia sido montado, além de esclarecer situações do período em que esteve à frente da Cotrijuí.
No entanto, lamentou o fato de que participaram do encontro apenas algumas pessoas da diretoria e não o grupo completo. Porém, disse que está à disposição para novas reuniões. Poletto lembrou a época que assumiu a presidência da cooperativa, num período de crise.
Argumentou que a prática da venda de soja futura é uma decisão normal, porém nos últimos tempos que estava à frente da cooperativa, questões de mercado prejudicaram essa ação. As estiagens de 2005 e do ano passado foram lembradas por Carlos Poletto como momentos cruciais que determinaram problemas na Cotrijuí, pelo baixo recebimento de grãos.
Para ele, o grande arrependimento foi o fato da atual crise da cooperativa coincidir com o período de uma nova eleição de diretoria, o que trouxe instabilidade. Poletto defendeu o plano de reestruturação organização pela ex-direção da Cotrijuí.
Segundo o cooperativista, se fosse colocado em prática o que estava previsto, nos quatro anos da atual gestão os produtores associados receberiam todo o dinheiro que está pendente. Ele esclareceu alguns pontos desse plano e observou que não havia nenhuma perspectiva de venda de patrimônio da cooperativa. Frisou que o objetivo era agregar parceiros empresariais nacionais e internacionais para auxiliar na comercialização de grãos e dessa forma capitalizar a Cotrijuí.
Carlos Poletto destacou que esse tipo de sociedade é comum no setor empresarial, porém inédito para o cooperativismo. Para isso, havia apoio do BNDES e demais agentes financeiros. Inclusive citou que não tinha ameaça de arresto e as empresas fornecedoras mantinham apoio à entidade.
Ele entende que atualmente falta um projeto que denominou de “pró-ativo”, para salvar a cooperativa. Carlos Poletto entende que recuperar a Cotrijuí não é só pagar os agricultores, mas atuar em outras instâncias. Também enfatizou que não conhece todos os integrantes da Terceira Via, ou seja, do grupo independente de associados, porém acha que esse movimento foi gerado pela inconformidade em relação ao atual momento da cooperativa.
Poletto finalizou dizendo que considera muito importante o encontro marcado para o próximo dia 27, em Ijuí, que vai unir prefeituras, atuais e ex-dirigentes da Cotrijuí, além de outras entidades a fim de buscar soluções para a cooperativa.
Fonte: Site da RPI