Período Pré-Colonial brasileiro






O primeiro reconhecimento da nova terra é feito em maio de 1500 pela nau mandada de volta a Portugal com a notícia do descobrimento. Rapidamente a Coroa envia uma expedição exploratória à terra nova. Chega ao litoral do atual Rio Grande do Norte em 1501 e navega para o sul por cerca de 2.500 milhas. Dá nomes aos lugares descobertos: baía de Todos os Santos, cabo de São Tomé, Angra dos Reis, São Vicente. A segunda expedição, entre 1502 e 1503, conta com a participação de Américo Vespúcio, navegante italiano que tem seu nome associado a todo o continente e, nessa época, trabalha para Portugal.
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Completamente voltada ao comércio com o Oriente, a Coroa portuguesa arrenda a exploração da costa para um grupo de comerciantes liderados por Fernão de Loronha, que entra para história com o nome de Fernando de Noronha. Eles podem extrair pau-brasil de 300 léguas do litoral por ano, comprometem-se a pagar as taxas devidas e a garantir a defesa da costa.
Expedições de Fernão de Loronha – A primeira expedição chega ao Brasil em 1503 e descobre a ilha de São João, ou da Quaresma, atual arquipélago de Fernando de Noronha. No continente, negociam o corte do pau-brasil com os índios. Conseguem carregar pelo menos seis navios por ano. Em 1511, Loronha leva para Portugal 5 mil toras de pau-brasil, índios escravizados e animais silvestres, como papagaios, tuins e sagüis.

Pau-brasil – O pau-brasil é colocado sob monopólio da Coroa portuguesa. A exploração é feita através de contratos de arrendamento com companhias particulares, que devem pagar um quinto do valor obtido ao governo português. É extraído do litoral do Rio Grande do Norte até o do Rio de Janeiro. O corte e o transporte local são realizados inicialmente pelos índios, sob controle de feitores, comerciantes ou colonos. Depois, por escravos negros. Até 1875 o "pau de tinta" aparece nas listas de produtos exportados pelo Brasil.
Primeiros imigrantes

Muitos europeus se fixam no Brasil nos primeiros anos após o descobrimento. São náufragos, marinheiros desertores, degredados expulsos de Portugal pelas draconianas Ordenações Manuelinas, legislação criminal portuguesa considerada a mais severa da Europa. Chegam também aventureiros de várias nacionalidades, inclusive fidalgos em missões oficiais ou em busca de fortuna. Vêm ainda judeus portugueses convertidos ao cristianismo, os chamados cristãos-novos.

João Ramalho
(?-1580?) é um dos primeiros europeus a assentar vida no Brasil. A data de sua chegada é imprecisa. A versão mais aceita sobre sua vida o aponta como um degredado pelas Ordenações Manuelinas. Deixa a esposa grávida em Portugal e aporta em São Vicente, onde se estabelece. Junta-se com a índia Bartira, filha de Tibiriçá, chefe da tribo dos tupinambás, e tem muitos filhos. Os jesuítas o encontram por volta de 1550 e sua vida é descrita pelo padre Manoel da Nóbrega como petra scandali: "Tem muitas mulheres. Ele e seus filhos andam com as irmãs das esposas e têm filhos delas. Vão à guerra com os índios e suas festas são de índios e assim vivem andando nus como os mesmos índios". João Ramalho é o guia de Martim Afonso de Souza nas entradas de reconhecimento do planalto de Piratininga e ajuda a contatar tribos indígenas da região. Mais tarde, fixa moradia no povoado de São Paulo de Piratininga, combate os índios tupiniquins ao lado dos portugueses e recebe o título e os privilégios de capitão-mor.
Concorrência estrangeira

Atraídos por histórias de tesouros fantásticos, outros povos fazem viagens freqüentes às costas do novo território, principalmente espanhóis e franceses. Voltam com os navios abarrotados de pau-brasil e obtêm lucros certeiros nos mercados europeus. As expedições são feitas por particulares: comerciantes, traficantes e piratas, a maioria com apoio velado de seus governos.